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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Nossas crianças


Ainda não tenho filhos, mas alguns de amigos já são pais e mães e isso faz com que eu possa, através de animadas trocas de idéias, ter alguma vivencia do outro lado da educação de nossas crianças. Digo nossas porque todas as crianças em nossa sociedade, independente de que pais tenham, são crianças de nossa sociedade, logo, nossas crianças.

Mas voltando aos filhos de meus amigos, de um amigo em especial que certa vez estava conversando comigo de como o filho dele estava ficando rebelde, não queria ir pra escola, vinha chamando todo mundo de idiota e de falava aos quatro ventos que os velhos eram uns inúteis. Eu fiquei espantado porque, apesar de muito inteligente, se trata de uma criança de 5 anos. Dentro do papo tentamos especular de onde ele estava aprendendo isso tudo, mas não chegamos à nenhuma conclusão de onde eles estava aprendendo essas coisas porque fora a escola, o filho de meu amigo não tinha muito contato com outras crianças fora do ambiente escolar.

Um belo dia meu amigo decidiu tirar férias e como férias de um trabalhador assalariado padrão se resume a ficar em casa caçando mosca, ele resolveu começar a assistir televisão com seu filho para passar o tempo e, meio sem querer querendo, acabou descobrindo a origem de seus problemas em um personagem de um desenho chamado Bem 10.

A aparente origem do comportamento do menininho era o próprio personagem do desenho. Como as crianças tem uma tendência a seguir pelo exemplo, o menino vinha copiando os comportamentos do personagem, uma coisa completamente comum, que acredito eu, todos nós já fizemos pelo menos uma vez na infância, o problema é: E quando o personagem do desenho que seu filho se inspira tem um comportamento socialmente impróprio, ou melhor, não compartilha dos valores que você julga ideal para uma boa formação enquanto indivíduos de nossas sociedade?



Fica um toque, acompanhe seus filhos mais de perto, procure participar mais próximo de suas vidas para poder entender de onde surge um ou outro comportamento estranho, até porque não existe meios de “blindar” completamente nossas crianças contra influencias que julgamos inapropriadas, mas se você esta bem perto observando da pra saber de onde vem, podendo fazer um esforço pra corrigir o problema.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Jogos competitivos X Jogos cooperativos


Esse post foi uma sugestão da prof. Tássia, (a visitante ilustre que foi a primeira a comentar no blog). Para começas os trabalhos, vou escrever uma definição básica das duas modalidades de jogos.

Os jogos competitivos são aqueles em que a competição, seja entre equipes e indivíduos, é o objetivo principal da atividade é sobrepujar um adversário. Neste tipo de jogo existirão vencedores e perdedores já que o êxito de uns depende da derrota de outros, esses são os jogos mais difundidos em nossa sociedade.

Os jogos cooperativos têm como objetivo principal a cooperação entre os participantes da atividade, não existem vencedores e perdedores já que o objetivo da atividade é completar uma tarefa ou sobrepor um desafio com a ajuda de todos os membros do grupo. O prazer da atividade advém da realização do objetivo.

Devido a ter uma característica mais agregadora, os jogos cooperativos são os mais indicados para atividades escolares já que busca evitar a formação de rivalidade entre os estudantes e promove a cooperação e o trabalho em equipe, provavelmente seriam as atividades predominantes nas aulas de educação física se não fosse um grande detalhe, nós vivemos em uma sociedade capitalista e isso é um fator determinante na ampla disseminação dos jogos competitivos.

A sociedade capitalista tem uma natureza competitiva e excludente e isso se reflete em nossas modalidades esportivas, os vencedores são valorizados enquanto os perdedores não merecem atenção, vencedores recebem espaço na mídia e cotas de patrocínios enquanto aqueles que lutam por um lugar ao sol ficam marginalizados até que se tornem vencedores ou desistam. Quando usado na escola, os jogos competitivos geram resultados ruins já que nenhum de seus estudantes vai querer perder, e isso gera tensões entre as crianças, muitas não participam por não se sentirem seguras de que vão vencer e as que participam lutam para vencer a qualquer custo e isso não é bom, podendo gerar até brigas.

Mas então o professor bem intencionado sabendo destes problemas vai introduzir alegremente os jogos cooperativos muitas vezes desconsiderando que os estudantes vivem em nossa sociedade competitiva e por isso subjetivaram esses valores, fazendo que, mesmo em atividades que não visam à competição, eles queriam competir. Afinal de contas, os estudantes foram ensinados por nossa sociedade que para eles serem bem sucedidos deve haver alguém derrotado, já que até os jogos olímpicos que dizem promover a interação entre os povos é baseado em esportes competitivos e tem como modelo de atleta perfeito o "Citius, Altius, Fortius", uma expressão do latim que significa em uma tradução livre "O mais rápido, o mais alto, o mais forte", uma cortesia do nosso barão de Coubertin.

Mas e ai, tudo está perdido? Devemos abandonar a idéia de usar os jogos cooperativos e seguir a lógica do sistema com sua competitividade no limite mais alto? Sinceramente acredito que não na escola. A escola deve ser um espaço agradável para seus estudantes, deve passar conhecimento de maneira agradável sem precisar que existam vencedores e perdedores e sim estudantes com suas individualidades respeitadas, mas não nos iludamos, não da pra tirar os jogos competitivos e colocar os jogos cooperativos no lugar de uma hora pra outra que não vai dar certo, mudanças neste nível exigem muito tempo, dedicação, suor e lagrima, mas se implantado geram um ambiente muito mais agradável entre os estudantes em suas aulas.

Agora convido vocês visitantes para a conversa, sua opinião sobre o assunto é bem vinda. Comentem.

Brincar ou não brincar, eis a questão.

Nada como uma recreação para que seus alunos mais jovens do ensino fundamental fiquem empolgados, felizes com a possibilidade de poder brincar na escola. Eles se amontoam perto de você te perguntando qual será a brincadeira, quais os materiais que serão usados, uma verdadeira loucura, e se você conseguir gerenciar bem a coisa vai ter como recompensa um punhado de sorrisinhos sinceros e olhinhos brilhantes de felicidade.

Em contrapartida, nossas escolas vivem em uma cultura escolar muito tradicionalista, muito semelhante ao modelo jesuíta implantado em nosso território no inicio da colonização: uma aula expositiva centrada nos conteúdos. Este modelo assume que os alunos têm que ficar quietos, organizados em fileiras diante da lousa, qualquer ruído ou movimento fora do padrão é repreendido. Esse sistema esquece que crianças são crianças! Trata a recreação como uma atividade vã e inútil.

Crianças precisam se movimentar, é da natureza delas o movimento afim de conhecer seus corpos e o mundo através deles. Fazer com que a criança fique sempre parada é sabotar seu desenvolvimento psicomotor, gerando nelas dificuldades que podem perdurar pelo resto de suas vidas, problemas como falta de lateralidade e de noção espaço temporal, por exemplo.

Brincar é uma ótima forma de aprender múltiplos conteúdos de uma só vez, porém é uma abordagem complexa em contraposição as nossas escolas cartesianas onde todo conteúdo a ser ensinado é dividido e desconectado tratando as matérias como coisas que não tem reação entre si. Muito se fala sobre multidisciplinaridade. Ela recebe até uma atenção especial nos PCNs, mas na prática pouco é feito sobre isso em nossas escolas, a ponto de que aqueles que ensinam matemática, português ou qualquer outro conhecimento de maneira lúdica ou recreativa é visto com estranhamento.

Afinal, não seria a alfabetização um intrincado quebra-cabeças onde símbolos são combinados formando palavras, frases, textos e livros? É um pouco diferente dos quebra-cabeças de montar imagens, mas se montamos aqueles comprados em loja de brinquedos com prazer, por que não poderíamos fazer o mesmo com aquele cheio de letras que ganhamos na escola através de nossas professoras de língua portuguesa?

Inicio dos Trabalhos

Bem, há muito tempo tinha a vontade de construir um blog, mas não sabia ao certo como começar um, ou como poderia tornar o espaço atraente para o leitor e, o mais importante de tudo, qual conteúdo postar. Todos nós possuímos uma bagagem que nos faz indivíduos e eu sempre imaginei os blogs como um espaço para troca de informações, opiniões e experiências com os visitantes afim de um enriquecimento mutuo, tudo isso é muito interessante, mas mesmo tendo esse conceito como norteador, a pergunta continuava, posso fazer um blog, mas o que postar?

Poderia escrever sobre esporte afinal estamos em meio a uma copa do mundo e como meu trabalho é intimamente ligado com a famosa jabulani que rola nos gramados africanos nada mais obvio do que falar de Dunga e sua esquadra de anões canarinhos, mas como não gosto muito do óbvio e sabendo que a copa vai passar, resolvi escrever sobre outra coisa, pois perigava ter que deixar meu blog inativo por uns quatro anos.

Então veio o CEDERJ com um curso de construção de blogs, que eu tomei conhecimento por acaso através de minha namorada que pleiteava uma vaga em gestão escolar, me inscrevi no curso e acabei entrando, agora tinha que construir um blog por motivos acadêmicos, eu me posicionei diante do computador para construir o tal blog, mas eis que surge a velha pergunta. O que postar?

Gastei alguns dias tentando bolar alguma idéia pra coisa, queria escrever sobre brincadeiras e ambiente escolar. Entrei no blogger pra iniciar a coisa e me deparei com um imprevisto sacana, quase tudo que se imagina já é registrado no blogger como blog... Tentei educar brincando e já tinha, RPG e educação e novamente me foi negado o domínio, depois de umas duas horas perdidas em tentativas infrutíferas fiquei um tanto fulo com a coisa e deixei de lado, tudo o que eu queria falar já tinha dono.

O tempo passou, os dias viraram semanas e veio o aviso do CEDERJ que eu tinha que preparar alguma coisa para entregar como minha AV1, como quero terminar o curso me pus novamente diante da tela do PC, alguma coisa tinha que sair, mas nada, a pergunta permanecia. O que postar?

Mas eis que então, gastando meu tempo ocioso entre uma aula e outra no campus de minha universidade surgiu uma idéia que me retornou ao inicio, eu quero escrever sobre como o lúdico é importante em nossas vidas, de como aprender brincado é tão mais fácil e nos leva ao prazer de aprender nos levando a vontade de aprender mais e mais.

Então dediquei esse espaço para escrever que sempre existe uma maneira divertida de passar conhecimento para alguém, seja ele teórico ou prático. Então convido você, concordando ou discordando, a colaborar com a conversa sobre o uso do elemento lúdico na educação e sobre nossas escolas.

Seja bem vindo ao Memória Criativa.